domingo, 16 de setembro de 2012

A CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA E OS CONFLITOS NO CAMPO



A CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA E OS CONFLITOS NO CAMPO / AGRONEGÓCIO

A organização do espaço rural brasileiro se caracteriza pela diversidade social e econômica presente em vários aspectos, como a grande propriedade monocultora, a mecanização e a mão de obra disponível, além da concentração de terras e os conflitos dela decorrentes.
A estrutura fundiária de um país refere-se a forma como os estabelecimentos rurais estão organizados em relação ao número e tamanho das propriedades, sua função social e sua distribuição.
A concentração de terras no Brasil, que teve origem desde a formação das capitanias hereditárias, é um dos aspectos da herança colonial do país. A partir da década de 1950, os camponeses começaram a se organizar em movimentos de luta pelo acesso à terra. Com o agravamento dos problemas sociais no campo, tais movimentos tornara-se mais fortes e mais bem estruturados. Na década de 1980, os movimentos sociais no campo ganharam nova força com a criação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Por outro lado, os grandes proprietários (latifundiários) criaram a União Democrática Ruralista (UDR), entidade que liderou a luta contra a reforma agrária no país.
Reforma agrária consiste em um conjunto de medidas e ações governamentais que tem como objetivo promover a redistribuição das propriedades rurais e criação mecanismos (como financiamentos e apoio técnico) que possibilitem que a terra cumpra com sua função social, ou seja, a geração de fonte de produção de alimentos, trabalho e renda, proporcionando ao trabalhador rural uma vida digna, integrando-os assim ao processo produtivo nacional. As terras destinadas á reforma agrária são aquelas que não cumprem com sua função social, ou seja, que pouco ou nada produzem, ficando ociosas à espera de valorização.
A reforma agrária é um processo conflituoso e que, no Brasil, está longe de ser concluído, ainda gerando frequentes enfrentamentos, cada vez mais intensos, entre os latifundiários e os movimentos sociais que lutam pelo acesso a terra. De um lado, como forma de pressão para o governo implantar a reforma agrária, o MST e outras organizações ligadas à questão agrária utilizam como estratégia a invasão e ocupação de latifúndios. Do outro lado, os latifundiários utilizam-se da violência como forma de repressão aos movimentos sociais no campo, além da apropriação de maneira ilegal de terras, através da falsificação de títulos de propriedade (grilagem). A luta pela reforma agrária no Brasil já causou e continua causando muitas mortes no campo. Para muitos especialistas, a reforma agrária, acompanhada de ajuda técnica e financiamentos seria fundamental para fixar o trabalhador no campo e aumentar a produção de alimentos para o abastecimento do mercado interno, além de resgatar a dignidade de milhões de trabalhadores que buscam melhores condições de vida.


AGRONEGÓCIO (Agribusiness)
Cadeia produtiva que envolve a produção agropecuária, seu armazenamento, transporte, transformação em produtos industrializados, distribuição e venda desses produtos. Também faz parte do agronegócio a produção e comercialização de insumos agrícolas (sementes, fertilizantes), máquinas e equipamentos destinados ao setor agropecuário.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura, o agronegócio é responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos gerados no Brasil.
O agronegócio envolve a aplicação de grandes investimentos em equipamentos e técnicas modernas de produção. O aumento da produtividade do agronegócio representa para o Brasil a possibilidade de crescimento das exportações de produtos como a soja, carne, café, suco de laranja, frutas tropicais e biocombustíveis, os quais ocupam papel estratégico na inserção do Brasil na economia globalizada. Atualmente o Brasil é uma grande potência agrícola, constituindo-se em um dos principais exportadores mundiais de commodities agrícolas.
A modernização econômica subordinou a agropecuária às necessidades do capital urbano-industrial, transformando-a em complexos agroindustriais, fortemente integrados com a indústria e o setor financeiro. . Além da produção de alimentos e matérias-primas industriais, os complexos agroindustriais atuam na produção de biocombustíveis, ampliando assim a produção de soja e cana de açúcar. A produção de biocombustíveis no Brasil vem dividindo opiniões. Se, por um lado, traz benefícios, como a redução da poluição e geração de fontes de energia alternativas, por outro, o cultivo das matérias-primas tem avançado, de maneira indiscriminada, para áreas que abrigam importantes ecossistemas, como a Amazônia e o Cerrado, além de áreas antes destinadas à produção de alimentos.
Os complexos agroindustriais se apresentam como:
Unidades empresariais- utilizam-se de trabalho assalariado, dominam a produção de açúcar e álcool de cana e destacam-se entre os produtores de soja do Centro- Oeste e do Paraná, os cafeicultores de Minas Gerais e os pecuaristas do oeste do estado de São Paulo e do Brasil central.
Unidades familiares modernas- destacam-se na produção de laranja, no estado de São Paulo, fumo e uva no Rio Grande do Sul, aves e suínos em Santa Catarina e de uva e frutas tropicais em terras semiáridas irrigadas do nordeste, com destaque para o complexo agroindustrial Juazeiro-Petrolina.
Atualmente há diversas culturas com alta demanda de investimentos e de técnicas sendo produzidas em unidades familiares, como os produtores de frutas tropicais (mamão, goiaba, manga) no sertão nordestino e de morango no Sul e Sudeste do Brasil
Os empresários rurais tem facilidades de acesso aos financiamentos bancários e inovações tecnológicas desenvolvidas pelas empresas de pesquisa agropecuária. Já os produtores familiares geralmente dependem de grandes cooperativas, associadas às empresas de transformação agroindustrial, para ter acesso a capitais, tecnologias e mercados., tornando-se assim um elemento mais frágil dentro da cadeia produtiva. Em momentos de crise, os produtores familiares são os mais atingidos, que acabam se endividando no mercado financeiro e, muitas vezes, perdendo suas terras.
O agronegócio é um fator importante no desenvolvimento e ampliação de cidades, atividades comerciais, centros de pesquisa e tecnologia, fatores fundamentais para o crescimento do país. Por outro lado, também acarreta no desemprego no campo, na concentração fundiária, na monocultura e no risco de destruição de importantes ecossistemas.

principais produtos agricolas:
Café


Quando o café chegou ao Brasil era considerado como uma planta ornamental.
Em 1860 o café tornou-se definitivamente importante na economia brasileira, ao chegar à região de Campinas, no Estado de São Paulo.
A partir deste fato, o café encontrou condições físicas favoráveis para o seu desenvolvimento, tais como: solo fértil, clima tropical de altitude, planalto ondulado.
Rapidamente, o café atingiu lotes a oeste do Estado, e posteriormente ocupou o Norte do PR, Sul de Minas e MS. O Brasil é considerado o maior produtor mundial de café.
 

Cacau



O cacau é um produto que nasceu no Brasil, sendo cultivado primeiramente na Amazônia e atingindo o sul da Bahia, onde encontrou condições favoráveis para o seu desenvolvi emento, como clima quente e superúmido, solo espesso e fértil.
Atualmente, a Bahia tem o cacau como o seu principal produto agrícola, sendo o maior Estado produtor de cacau do país.
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de cacau, exportando principalmente para a Argentina, Estados Unidos, Europa e Japão.

Cana de açucar



A cana-de-açúcar chegou ao Brasil no século XVI através dos portugueses. Inicialmente, este produto era cultivado principalmente na Zona da Mata Nordestina e no Recôncavo Baiano.
A cana-de-açúcar representa um importante produto na economia do Brasil.
Em 1930, o cultivo de cana-de-açúcar atingiu o Estado de São Paulo, que logo tornou-se o maior produtor brasileiro de cana.
O Brasil é considerado o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, exportando principalmente para os Estados Unidos, Europa e Rússia.


Ultimamente, houve um crescimento do investimento na mecanização da cultura de cana, pois esta técnica traz vantagens econômicas e ambientais, porém o número de trabalhadores da indústria canavieira deve sofrer uma drástica redução.]
 SOJA



A soja é um produto recente no Brasil, e nas últimas décadas tem se tornado importante na produção agrícola brasileira, e nas exportações.
No Brasil, as regiões Sul e Sudeste são as principais produtoras de soja, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, o primeiro é os Estados Unidos.
 

MILHO

 

O milho é um produto que nasceu na América, e é muito conhecido no mundo todo. No Brasil, a sua cultura está presente em todos os Estados, sendo o Paraná o principal produtor de milho.
Mundialmente, os Estados Unidos é o maior produtor de milho, seguido da China e do Brasil.





ARROZ


No Brasil encontramos a cultura de arroz em todos os estados, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro, seguido de Minas Gerais e Goiás.
O Brasil é considerado um dos maiores produtores mundiais de arroz.








ALGODÃO

No Brasil, o algodão começou a ser cultivado no período colonial.
O Brasil ocupa a 6ª colocação dos maiores produtores mundiais de algodão, sendo superado pela China, Rússia, EUA, Índia e Paquistão


Nenhum comentário:

Postar um comentário